SÃO PAULO - A compra do imóvel é o sonho de muitos recém-casados e de 39% dos brasileiros, que pretendem conquistar a casa própria nos próximos 12 meses, conforme pesquisa da Boa Vista Serviços, administradora do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito).
Mas antes de fechar o negócio é importante fazer um bom planejamento, pois o pagamento da residência vai comprometer a renda do casal por muitos anos e este compromentimento deve ser bem pensado no começo a vida a dois. Para auxiliar nessa etapa, a Amspa (Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências) elaborou um guia com 10 informações úteis para evitar aborrecimentos na aquisição do bem. Confira a seguir:
1) Coloque todas as despesas no papel para saber qual o teto do valor das prestações que os dois poderão arcar. Não comprometa mais do que 30% da renda de ambos;
2) Simule no site de um banco como ficaria o financiamento se fosse hoje para ter uma ideia de como ficará o orçamento do casal. Quando for fechar o negócio, peça antes uma planilha do banco com a projeção de todas as parcelas do financiamento, incluindo as taxas extras e os seguros que compõem a prestação;
3) Escolha o financiamento de acordo com a possibilidade dos dois para arcar com as prestações. Nessa etapa é importante fazer cálculos e comparar as linhas de crédito imobiliário disponíveis no mercado. Hoje as modalidades para financiar a casa própria são pelo sistema de consórcio, SFH (Sistema Financeiro da Habitação), SFI (Sistema Financeiro Imobiliário), programa Minha Casa Minha Vida ou direto com a construtora;
4) Fique atento quanto à taxa de juros, pois o percentual cobrado será baseado em cima da maior renda de quem participa da composição do financiamento. Um exemplo disso é caso opte pelo programa Minha Casa Minha Vida. Na faixa de renda de R$ 2.455,01 até R$ 3.275,01, os juros são de 6%. Já se a renda for até R$ 5.000, os juros serão de 7,16%.
5) Quando os pombinhos forem fechar a compra, é bom dar preferência aos contratos com uma taxa de juros fixa mais a TR – Taxa Referencial, ou seja, pós-fixada e pelas correções feitas pela tabela SAC ou Sacre. Parcelas decrescentes e juros menores ganham diferencial competitivo diante da tabela Price e das taxas pré-fixadas;
6) Economize parte do dinheiro ganho. A quantia poupada vai ser fundamental para dar uma boa entrada ao adquirir a propriedade. O ideal é que cada um tenha 15% do valor total do bem na hora de fechar o negócio;
7) A utilização do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) de ambos pode ser uma boa alternativa para dar entrada no imóvel, amortizar o saldo devedor a cada dois anos ou até mesmo quitar a moradia. Além disso, será essencial para se precaver contra imprevistos, que podem comprometer o pagamento das prestações;
8) Defina a porcentagem da participação de cada. Para isso é importante colocar por escrito os direitos dos dois, no momento da compra, de modo a evitar surpresas e brigas futuras desnecessárias, em virtude de separação, desfazer a composição de renda, ou mesmo morte de um dos cônjuges. Mas se casal for unido pelo casamento no regime da comunhão parcial de bens, mesmo que o imóvel seja comprado no nome de apenas um dos parceiros, o outro terá direito a 50%;
9) Tome cuidado com o seguro MIP (Morte e Invalidez Permanente). No caso de um dos proponentes do financiamento falecer ou ficar inválido a cobertura será proporcional ao percentual da participação do segurado. Por exemplo, se o marido for responsável pela metade do pagamento e vir a morrer, apenas a sua parte do saldo devedor será quitada;
10) Consulte um advogado para sanar dúvidas. A opinião do profissional será essencial.