SÃO PAULO - Os altos preços exigidos pelo mercado imobiliário das cidades-sede da Copa do mundo, alvos de críticas constantes dos brasileiros, estão em destaque nos tabloides internacionais.
Segundo reportagem do jornal norte-americano The Wall Street Journal, o mercado imobiliário da cidade do Rio de Janeiro “enlouqueceu” e apresenta preços irreais em antecipação ao evento.
“O Rio deve ser o principal destino para o evento, com 554.000 visitantes, e os proprietários de imóveis da cidade se apressam para tirar vantagem”, disse o jornal.
A grande procura de turistas dispostos a pagar preços exorbitantes em sua passagem pela cidade tem desencadeado uma verdadeira corrida entre os proprietários de imóveis para lucrar no período. Segundo o WSJ, o maior negócio fechado para a Copa, até o momento, é de cerca de R$ 1,5 milhão para o aluguel de uma cobertura de três andares em Ipanema.
A alta demanda elevou os preços de imóveis em todos os níveis. A menos de um mês para o início do torneio, é possível encontrar albergues cobrando US$ 100 a diária por uma cama de beliche. Imóveis simples, localizados em áreas afastadas da zona Sul da cidade, também apresentam aluguéis exorbitantes. “E tudo é válido, de locais de acampamento, casas em muitas favelas da cidade, até motéis.”
Bolha da Copa
Além de afastarem os turistas regulares e viajantes de negócios, os altos preços exigidos no mercado imobiliário do Rio também espantam estrangeiros que não estão dispostos a gastar tanto para a Copa.
Um indício de baixa procura tem afetado os preços. As diárias de hotéis do Rio de Janeiro, por exemplo, vem caindo desde o início do ano. Em janeiro, eles cobravam, em média, US$ 650 por dia na noite de encerramento da Copa, em 13 de julho. Quatro meses depois, o preço caiu 41%, segundo o comparador Trivago.