SÃO PAULO - Nos últimos anos, os imóveis tiveram em seus valores um aumento substancial, muito além da inflação, e, com essa valorização, todos tivemos a sensação de que ganhamos muito dinheiro.
Um imóvel que antes custava R$ 100 mil, agora, custa R$ 300 mil. Se apenas olharmos por esse ângulo, podemos chegar à conclusão de que ganhamos R$ 200 mil, porém, é preciso muita cautela ao fazer essa análise.
Para o educador financeiro e presidente da DSOP Educação Financeira e da Editora DSOP, Reinaldo Domingos, a conquista da casa própria, um dos maiores sonhos do brasileiro, não pode ser considerada um investimento e sim um bem de consumo.
Ele explica que se o imóvel onde moramos fosse um bem que, ao vendermos, teríamos um lucro sem a necessidade de compra de outro imóvel para mora. "Aí sim a tese estaria correta; no entanto, para quem tem um único imóvel com a finalidade de moradia, essa valorização não significa um investimento", reforça o educador.
O educador enfatiza ainda que milhares de brasileiros que estavam com suas casas próprias quitadas acabaram dando seus imóveis como parte de pagamento para aquisição de outro e não conseguiram honrar as prestações assumidas.
Além disso, ele alerta que ao decidir por mudar para uma região melhor, é preciso conhecer o entorno desse novo imóvel, que, geralmente, aumentará o padrão de vida em 10% a 20% – devido aos gastos com padaria, escola, gasolina, supermercado, por exemplo. "Enfim, deve-se colocar na ponta do lápis tudo isso antes de tomar a decisão", aconselha.