SÃO PAULO - A situação do mercado imobiliária parece que não anda bem: 4 construtoras devem realizar megasaldões neste final de semana para vender diversos imóveis, com opções para todos os bolsos. PDG, MRV, EzTec e MPD estão realizando megaofertas, sobretudo, no Estado de São Paulo, onde as conversas sobre uma possível bolha imobiliária são mais forte. Se não há bolha - já que há uma discussão forte a esse respeito, com bons argumentos em ambos os lados -, ao menos é seguro dizer que a oferta descolou da demanda.
Os imóveis da MRV e da PDG, por exemplo, atraem públicos completamente distintos. Enquanto o maior desconto da MRV é de R$ 13 mil (com registro grátis e condições facilitadas), em imóveis que se encaixam no Minha Casa Minha Vida, a PDG promete descontos de até R$ 560 mil - mas são prédios mais luxuosos, com preço mais elevado. As condições não devem ser simples.
Nesses casos, os descontos deverão variar entre 5% a 15% do valor cheio do imóvel, embora a promessa seja de até 30% de descontos por parte de algumas das construtoras. Imóveis prontos para morar deverão ter descontos maiores do que os que estão em construção no momento, já que as construtoras possuem mais custos, reais e de oportunidade, com essas unidades.
Há, claro, um componente de marketing em uma operação destas, já que apenas a ínfima minoria dos imóveis devem ter o desconto máximo na venda. Contudo, ela não deixa de mostrar alguma coisa sobre o atual estado do mercado imobiliário, sobretudo para imóveis de preços mais elevados - já que os "econômicos" têm mostrado maior resiliência.
Chama a atenção a disparidade do desconto dos grandes centros do sudeste e o resto. MRV e PDG possuem imóveis em outros estados, mas mesmo elas possuem um foco maior no estado de São Paulo e Rio de Janeiro. A consequência do vibrante mercado imobiliário paulista e carioca na década passada para muitos parece ter sido uma bolha imobiliária na região. Ao menos é o que pensa Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central e candidato a senador por São Paulo, e o economista vencedor do prêmio nobel Robert Shiller.