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Publicado na Terça, 02 de dezembro de 2014, 9h14
Mesmo com dólar alto, procura por imóveis nos EUA cresce 40% após eleições

SÃO PAULO - A insatisfação com a reeleição da presidente Dilma Rousseff aumentou consideravelmente a procura de brasileiros por imóveis nos Estados Unidos. No primeiro mês após o fim das eleições, a imobiliária Elite International Reality observou um aumento de 40% na procura de brasileiros por imóveis em Miami. 

"Trata-se do cliente que não pretende comprar um imóvel apenas para investimento ou para utilizar nas férias, e sim que pretende se mudar definitivamente com a família para a Flórida", conta o gerente de câmbio simplificado da TOV Corretora, Fernando Bergallo. Ele conta que a alta do dólar não inibiu os interessados. “Apesar da queda até outubro em função da cotação da moeda americana, o consumidor de altíssima renda continua comprando. É justamente este público que ainda mantém o mercado imobiliário dos EUA aquecido mesmo com as constantes altas do dólar”

Bergallo explica que a maioria dos interessados é homem, com mais de 45 anos, casado e com filho e que procura um imóvel entre US$ 300 mil e US$ 500 mil. "Eles demonstram relativa frustração não só com os rumos da economia no Brasil, mas também com questões essenciais do dia-a-dia na rotina urbana, como excesso de violência e desordem nas cidades brasileiras onde vivem."

O custo de vida de Miami, em comparação a São Paulo e Rio de Janeiro, também influencia na decisão de se mudar do País. "Existe a percepção de que o custo de vida em Miami é relativamente menor do que em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro (contando custos com imóvel, escola dos filhos, aquisição de veículos, planos de saúde, lazer, etc)", conta o executivo. 

Com a crise de 2008, os imóveis nos EUA sofreram uma desvalorização de até 70% em apenas 6 meses. Na época, com a cotação do dólar mais próxima de R$ 2,00 muitos brasileiros viram a oportunidade de comprar e investir na sonhada casa de veraneio nos Estados Unidos, mais precisamente Orlando, Miami e Nova York. Porém, a partir do ano de 2011, os imóveis passam por uma recuperação constante, sendo que nos últimos 12 meses os preços subiram 10,9% - mas ainda estão 31% abaixo dos preços praticados em 2006. "O juros de financiamento variando de 4,1% a 3,24%, para prazo de 30 anos e 15 anos respectivamente, é outro fator que atrai os brasileiros", acrescenta Bergallo.

Mesmo com a valorização, o gerente de câmbio conta que os preços continuam mais atrativos em comparação a imóveis em áreas nobres de São Paulo ou do Rio de Janeiro. Por exemplo, um apartamento de dois quartos com 150 metros quadrados em uma área nobre de Miami varia entre US$ 500 mil e US$ 1,5 milhão, o que corresponde a R$ 1,28 milhão e R$ 3,8 milhões, de acordo com a cotação do Banco Central desta segunda-feira (1).

Um apartamento, com as mesmas especificações, sai por cerca de R$ 4 milhões em Vila Nova Conceição, bairro nobre de São Paulo, e R$ 6 milhões no Leblon, no Rio de Janeiro.