SÃO PAULO – A cidade de Cantalejo, na Espanha, é um local que recebe muitos turistas durante o mês de agosto para festas no vilarejo. Pode ser, entretanto, que a festa não aconteça por muitos outros anos: a cidade fica ativa e movimentada apenas durante uma semana do ano, para o restante ficar deserta. Poucas pessoas ainda moram no local.
Uma das vilas, O Penso, possui 40 hectares e um total de seis casas, sendo que a maior conta com pisos de madeira maciça e cinco quartos com vistas imperdíveis. Ela está sendo vendida por US$ 230 mil (negociáveis) e as pequenas vilas podem ser compradas por muito menos.
O último residente da vila faleceu uma década atrás, deixando-a inabitada. A taxa de natalidade da região da Galícia, onde a vila é localizada, é de 1,1 filho por cada mulher fértil, uma das mais baixas de toda a Europa. Nos próximos 35 anos, a tendência é de que a região perca mais de um terço de sua população.
Mark Adkinson, um corretor imobiliário que cuida de propriedades abandonadas do interior, afirma que alguns dos locais estão vazios há 50 ou 60 anos e tenta combina-los com compradores estrangeiros. “Meu trabalho é tentar encontrar os descendentes”, afirmou. E como ele faz isso? Ele viaja pela região de Galicia, onde ficam essas vilas, e deixa folhetos na porta das casas antigas, perguntando aos donos se eles gostariam de vendê-las.
Segundo o NPR, a região, que fica a 11 horas de Madri, é árida e possui clima rigoroso – nove meses de inverno e três de verão muito intenso. Na Espanha, as pessoas começaram a mudar-se para as grandes cidades apenas no século passado, deixando até as vilas mais férteis do país despovoadas.