SÃO PAULO – Setembro foi o mês com maior aumento no preço dos imóveis desde julho de 2015. De acordo com o Índice FipeZap, que acompanha o preço da venda de imóveis em 20 cidades brasileiras, o valor dos imóveis apresentou uma variação de 0,12% entre agosto e setembro deste ano, o maior aumento em 14 meses.
Segundo o relatório, apesar de oito das vinte cidades pesquisadas apresentarem um aumento dos preços superior à inflação esperada (IPCA/IBGE) para o período, de 0,24%, outras oito tiveram uma variação negativa no mês. Isso mostra que mesmo com a elevação dos preços na maioria das cidades pesquisadas, o aumento nominal do mês foi inferior ao aumento médio dos demais preços da economia.
O documento enfatiza que todas as cidades avaliadas pelo índice registraram variação inferior à inflação esperada nos últimos 12 meses, e cidades como Rio de Janeiro, Recife, Niterói, Distrito Federal e Goiânia apresentaram queda nominal. Além disso, tendo em vista que a inflação esperada para o período é de 8,79%, o preço médio anunciado do m2 apresentou queda real de -7,88%.
Em setembro, o valor médio do m2 anunciado para as 20 cidades foi de R$ 7.644. O Rio de Janeiro se manteve no topo da lista do m2 mais caro do país, alcançando R$ 10.232, enquanto a cidade de São Paulo ocupou a segunda posição, com R$ 8.612. Contagem e Goiânia, por sua vez, estão entre as cidades com o menor valor do m2, custando R$ 3.612 e R$ 4.133 respectivamente.
De acordo com Raone Costa, pesquisador responsável pelo levantamento, os resultados mostram que pela primeira vez a marca dos 0,1% foi ultrapassada, indicando setembro como o melhor período entre os últimos meses. Isso, porém, não serve como base para afirmar que será uma tendência: “Os dados podem significar que os preços vão cair menos, mas é muito cedo para falar que o mercado entrará em um ciclo de melhoras”, diz.
O pesquisador explica que o motivo de sobressalto se deve ao fato de que os últimos dados foram muito ruins e que somente agora houve uma melhora. Porém, afirma que ainda é difícil ter certeza de que esse será o ponto da virada.
Segundo ele, apesar de o período poder representar uma estabilidade mais benéfica, não há grandes novidades no mercado de trabalho, de crédito e nos preços de locação que contribuam para um salto do mercado imobiliário. “O preço dos imóveis pode aumentar, mas não quer dizer que vai subir acima da inflação”, frisa Costa.