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Publicado na Quinta, 14 de agosto de 2014, 15h14
Forte aumento do crédito ajuda Caixa, mas banco começa a se preparar para o pior

SÃO PAULO - A Caixa Econômica Federal anunciou nesta quinta-feira que teve lucro líquido de 3,4 bilhões de reais no no primeiro semestre, alta de 7,9% sobre um ano antes, impulsionado principalmente por um aumento de 46,1% nas receitas financeiras de crédito.

A carteira de crédito ampliada teve expansão de 28% em 12 meses até junho, para 552,1 bilhões de reais. A banco estatal continua com liderança no crédito habitacional - com 67,6% do mercado -, que cresceu 27,3% para R$ 303,5 bilhões. O destaque foram os empréstimos para pessoas físicas, que evoluíram 31,3% ao ano, para 90,9 bilhões de reais. Mas esta foi a linha que também mais contribuiu para o aumento da inadimplência da carteira total, que chegou a 2,77%, no maior nível em pelo menos cinco anos.

Com esse forte aumento do crédito, as despesas feitas pela Caixa Econômica Federal para perdas com calotes dispararam no segundo trimestre, acompanhando aumento dos índices de inadimplência da carteira de crédito que mais cresce entre os grandes bancos do país. O banco controlado pelo governo federal provisiou de abril a junho 3,95 bilhões de reais para perdas esperadas com empréstimos não pagos, 59,4 por cento mais que no trimestre anterior e um salto de 76,3 por cento ante mesma etapa de 2013.

A Caixa disse ter encerrado junho com 19,3% de market share no crédito no Brasil e informou ter sido responsável por por 40,5% do crescimento do Sistema Financeiro Nacional entre o meio do ano passado e o meio de 2014. Na primeira metade deste ano, o resultado bruto da intermediação financeira totalizou 11,5 bilhões de reais, crescimento de 24,8% em comparação com igual etapa do ano anterior.

O retorno sobre o patrimônio líquido médio foi de 22,1%, considerando os últimos 12 meses. A empresa informou ainda que índice de inadimplência foi de 2,77%, alta de 0,1 ponto percentual no trimestre. "A oscilação decorre da diminuição da velocidade de expansão da carteira de crédito e do avanço na participação em segmentos com maior rentabilidade e, consequentemente, maior risco, conforme previsto no planejamento do banco", segundo a Caixa.

O índice de Basileia da Caixa estava em 13,3% no fim de junho, frente aos 11 por cento mínimos exigidos pelo Banco Central.

 

(Com Reuters)