SÃO PAULO - Cada vez mais brasileiros optam pelo financiamento bancário para realizar o sonho da casa própria. Só em maio deste ano, os empréstimos bancários concedidos para aquisição e construção de imóveis somaram R$ 9,7 bilhões. O valor alcançado foi 6% superior em relação a abril e segundo melhor resultado para o mês nos últimos 20 anos, de acordo com dados da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).
Apesar do seu uso ser crescente no País, o financiamento imobiliário gera dúvidas de muitos compradores sobre as vantagens e desvantagens. “O financiamento nada mais é do que um procedimento, em que a instituição financeira fornece recursos ao cliente, estabelecendo prazos e parcelas a serem pagas durante um longo período”, explica o diretor da consultoria imobiliária Qualiti Imóveis, Fabiano Neaime.
Mas, para que isso aconteça sem transtornos, o executivo lembra que o consumidor precisa fazer as contas e avaliar se as prestações caberão no orçamento nos próximos 10, 15 ou mesmo 30 anos - períodos médios dos financiamentos. “É fundamental que o comprador tenha conhecimento sobre o assunto”, reitera.
Para ajudar nesta decisão, Neaime separou alguns mitos e verdades para esclarecer as principais questões sobre o crédito imobiliário, confira:
1. O financiamento bancário é muito complexo e demorado?
De acordo com Fabiano, depende de dois fatores: a documentação do imóvel estar regularizada e do comprador ter o crédito aprovado. “O que pode demorar é se estes dois fatores estiverem incorretos”, conta.
A maioria dos bancos oferece financiamentos imobiliários e o período é relativo. Se a documentação for entregue de forma correta para a instituição, pode-se levar cerca de 15 dias.
2. Qual profissional pode auxiliar o cliente nesta situação?
Os corretores de imóveis especializados e os consultores imobiliários têm uma função importante, que é não deixar o cliente assinar um contrato de compra e venda antes da aprovação do crédito, além de assessorar o cliente. “Tem comprador que assume o compromisso antes de ter o crédito e isso prejudica na hora do procedimento. Contar com uma assessoria jurídica é importante para auxiliar nesse caso.”
3. Assessoria imobiliária pode facilitar no processo?
Sim, já que ela tem relacionamento com grande parte dos bancos e profundo conhecimento sobre o assunto. A assessoria pode direcionar o cliente para cumprir um prazo mais curto de espera e orientar sobre todos os trâmites e documentações.
4. O tempo médio para aprovação do financiamento depende do banco que escolher?
Nem sempre. A maior dificuldade, ressalta o especialista, é comprovar renda. “A instituição precisa entender o ramo de atividade deste cliente para, assim, liberar ou não o crédito para o comprador. A instituição financeira entende que pode haver risco e, por isso, não aprovar.”
5. Quais são os principais documentos necessários na hora de financiar um imóvel?
Se o cliente for assalariado, os documentos são: RG (Carteira de Identidade), CPF (Cadastro de Pessoa Física), comprovante de estado civil e comprovante de renda (Holerite), todos originais e cópias.
Caso seja autônomo ou profissional liberal é necessário comprovar renda por meio do contrato de prestação de serviços, declaração do Imposto de Renda, declaração do sindicato da categoria, registro de recebimento por trabalhos prestados ou uma Declaração Comprobatória de Recepção de Rendimentos (Decore), feita por um contador.
6. Quais os principais detalhes para ficar de olho?
Para finalizar, Neaime lembra que, antes de optar pelo crédito, os compradores precisam conferir se não existem pendências em seu nome nos principais órgãos. Outra dica é atualizar e preparar os documentos com antecedência, “isso ajuda a ganhar tempo quando achar o imóvel que melhor agrada."