SÃO PAULO – O mercado imobiliário começou a apresentar sinais de desaceleração após longos anos de crescimento contínuo. Dados da FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) mostram que até junho deste ano a valorização acumulada do metro quadrado ficou abaixo da inflação.
Desde 2011, quando iniciou a série de levantamento, o valor médio do metro quadrado não cresce tão pouco. Diante desse desaquecimento, as construtoras passaram a fazer liquidações de imóveis e até o governo federal apresentou uma série de medidas para reforçar o financiamento e estimular o setor.
No entanto, segundo o diretor de relações institucionais da franqueadora imobiliária Paulo Roberto Leardi, Germano Leardi Neto, o pacote do governo ainda divide opiniões. Certos especialistas apontam que dar as garantias dos bancos foi uma boa solução para diminuir as taxas de juros.
Enquanto outros acreditam que facilitar demais o acesso ao crédito pode aumentar os casos de inadimplência entre os consumidores. Já alguns profissionais são contra a movimentação do governo, argumentando que o mercado estava se ajustando sozinho.
“Não acredite se alguém falar em crise no setor imobiliário. O que o mercado está vendo é uma desaceleração e vários motivos ajudam a explicar isso. Primeiro, porque nada mais natural do que o esfriamento de um mercado depois de viver um longo período de boom”, afirma o especialista.
Enquanto o PIB registrou avanço de 2,3% em 2013, o mercado imobiliário cresceu quase sete vezes mais. Além disso, analistas colocam o fraco desempenho atual da economia brasileira e a Copa do Mundo na conta para entender o ritmo mais moderado do ramo imobiliário em 2014, sendo que a incerteza das eleições presidenciais também contribuiu para frear os investimentos no setor.