O aumento das taxas de juros promovido pela Caixa Econômica Federal em segmentos de crédito imobiliário, aliado a um cenário de queda na renda e incertezas, tira a possibilidade de acesso de algumas famílias à casa própria, afirmou o vice-presidente de economia do Sindicato da Construção de São Paulo (Sinduscon-SP), Eduardo Zaidan. Segundo ele, a decisão do banco dá sinais de uma reversão da política adotada desde 2007, de crédito barato e fácil.
De acordo com o economista, no entanto, é impossível saber ainda qual vai ser o tamanho do impacto dessa medida para o setor de construção e incorporação. As expectativas, diz ele, já estavam muito ruins e o cenário deve piorar ao menos um pouco com a elevação das taxas de juros.
"Movimentos como esse sempre impactam o setor", afirmou Zaidan. Ele acredita que os bancos concorrentes da Caixa também deverão levar em conta a nova tabela para reajustarem suas taxas de juros. "Se o mais barato sobe, é claro que o mais caro vai subir também", avaliou.
A Caixa confirmou, conforme antecipou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, elevação de taxas em praticamente todas as linhas de financiamento imobiliário. O maior aumento de juro promovido no âmbito do SFH ocorreu na linha voltada a servidores que, além de terem relacionamento com a Caixa, recebem seu salário pelo banco. O juro passou de 8,00% para 8,50%. Já no SFI, subiu de 8,80% para 10,20%. Apesar das elevações, a modalidade servidor (relacionamento + salário) segue com o juro mais atrativo praticado pela própria Caixa.
Já no caso do SFI, as taxas balcão foram as que mais subiram, passando de 9,20% para 11,00%. No SFH, essa modalidade foi mantida em 9,15%. O aumento de juros em todas as linhas reflete, segundo o banco, a Selic, taxa de juros básicos da economia, maior.