As vendas da indústria de materiais de construção começaram 2015 com trajetória de queda, impactadas pela retração do mercado imobiliário e pelo desempenho fraco das obras de infraestrutura. Em janeiro, o setor vendeu 11,5% a menos do que no mesmo mês do ano passado. Já em relação a dezembro, o recuo foi de 2,9%, de acordo com pesquisa divulgada nesta há pouco pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat).
O presidente da Associação, Walter Cover, destaca que o resultado de janeiro está muito abaixo do crescimento esperado de 1% em 2015. De acordo com ele, as expectativas para os próximos meses sinalizam uma modesta recuperação das vendas, impulsionadas principalmente pelo mercado varejista, mas a associação vai rever sua previsão para o ano a depender dos números registrados no primeiro trimestre.
"Essa expectativa para 2015 está apoiada na manutenção dos atuais incentivos do governo ao setor (que já foram alterados), assim como na expansão dos investimentos e do Programa Minha Casa Minha Vida, na melhoria do nível de atividade das construtoras, na manutenção dos programas de emprego e renda e no câmbio mais desvalorizado, que dificulta importações de materiais", afirma Cover em nota. Ele destacou que o resultado de janeiro foi o décimo primeiro consecutivo a apontar uma queda nas vendas na comparação com os mesmos meses do ano anterior.
A pesquisa mostrou ainda que as vendas de materiais de básicos continuaram a apresentar quedas maiores que as de materiais de acabamento. Isso indica que há mais obras em fase de entrega do que em estágio inicial, sinal de desaquecimento do mercado imobiliário. Os materiais de base tiveram queda de 14,2% nas vendas em janeiro ante o mesmo mês do ano passado, e cresceram 0,3% em relação a dezembro. Já os materiais de acabamento registraram um recuo de 7,7% na comparação anual e de 8,8% ante o mês anterior.
O estudo da Abramat reporta também que o nível de emprego na indústria de materiais de construção apresentou queda de 6,7% em janeiro em relação a dezembro de 2014. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve queda de 12,6%.