SÃO PAULO – Diante das alterações realizadas pela Caixa para a contratação de financiamento imobiliário, na qual o crédito imobiliário foi reduzido o volume de dinheiro para o crédito imobiliário, a compra da casa própria ficou mais complicada.
A instituição financeira aumentou os juros, entre 8,80% e 9,45%, e reduziu o percentual máximo para financiar imóvel pelo SFH (Sistema Financeiro da Habitação), de 80% para 50%, e pelo SFI (Sistema Financeiro Imobiliário), de 70% para 40%. Outra mudança foi à diminuição do valor máximo para financiar imóvel com recursos do FGTS dentro do programa Pró-Cotista, que é destinado a quem ganha acima de R$ 5 mil, que caiu de R$ 750 mil para R$ 400 mil.
Como opção para aqueles que pretendem contratar o crédito habitacional, a AMSPA – Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências – elaborou um guia com seis sugestões para o consumidor fazer um fundo de reserva com o objetivo de dar uma boa entrada ao fechar o negócio, como também tentar escapar do aumento de juros. Confira:
1- Consórcio: a modalidade é uma das opções para financiar a casa própria. As vantagens dessa alternativa de empréstimo são os juros baixos; a possibilidade de usar o FGTS para dar lances e receber a carta de crédito rapidamente; e o prazo para a liberação, que varia entre 60 a 180 meses, é menor se comparado a outros financiamentos que chegam a 35 anos.
No entanto, quem escolher essa opção não pode ter pressa para mudar, pois tanto pode ser o primeiro a ser contemplado como o último. As taxas de administração, adesão e os seguros, que podem comprometer até 20% as prestações, são outro problema. Além disso, corre-se o risco de o valor não ser suficiente para aquisição do bem pretendido, quando da liberação da carta de crédito.
2- Financiamento direto com a construtora: essa alternativa de crédito é indicada para quem quer adquirir o bem no valor acima de R$ 500 mil e pretende quitar as parcelas em pouco tempo. A vantagem dessa escolha é dar uma entrada menor do que no empréstimo com banco e ter a facilidade de negociação com o incorporador. Também inclui a menor rigidez para conseguir a concessão do financiamento e, no caso da impossibilidade de cumprir o contrato, há a alternativa de se fazer um acordo.
O problema dessa escolha está, mais uma vez, na cobrança dos juros, de 12% ao ano mais o IGPM - Índice Geral de Preços-Mercado, após receber as chaves, que leva ao aumento considerável do preço final. Por isso, é aconselhável quitar em torno de 30% o valor do imóvel na entrega das chaves. Se puder pagar tudo é melhor ainda.
3- Cotação em bancos privados: a possibilidade de financiar o imóvel com instituições privadas pode ser uma boa alternativa, pois o valor de entrada é menor do que tomar empréstimo com a Caixa. Além disso, o consumidor, que tem um bom relacionamento com o banco e até mesmo recebe seu salário pela instituição, pode conseguir juros menores. Mas atenção: financiar com o banco que você tem conta não significa que a taxa de juros será menor do que com o banco estatal.
Antes de fazer a escolha, é indicado pedir para todas as financeiras, além da qual você possui conta, o CET (Custo Efetivo Total), que vai mostrartodas as parcelas do financiamento, incluindo as taxas extras e os seguros que compõem a prestação. Com isso, você poderá comparar qual instituição oferece a melhor proposta para tomar empréstimo.
4- Fundo de reserva: junte dinheiro para dar uma boa entrada, com o uso do FGTS e o dinheiro guardado na poupança ou em outras aplicações. Nessa etapa também é importante que o futuro mutuário reúna a família, reveja seu orçamento e estabeleça um percentual do rendimento que vai poupar todo mês.
Além de dar um sinal considerável para a compra do bem, o dinheiro guardado será fundamental para o consumidor ter maior poder de barganha para fechar um contrato mais vantajoso. Entre as vantagens estão ter um bom desconto no preço do imóvel, pois as construtoras estão querendo desovar suas unidades em estoque, e negociar melhores taxas de juros.
5- Composição de renda: a junção de rendas entre marido e esposa, ou outra pessoa com quem tenha um bom vínculo, é uma boa alternativa para usar o FGTS dos participantes e dar uma boa entrada na aquisição do imóvel.
No entanto, é preciso ficar atento quanto à taxa de juros, pois o percentual cobrado será baseado sobre a maior renda de quem faz parte da composição do financiamento. Outro cuidado é negociar com a pessoa, que vai compor a renda, se vai arcar também com as parcelas do financiamento e não apenas servir para comprovar o rendimento.
6- Minha Casa, Minha Vida: o programa habitacional popular do governo é mais uma opção para aqueles que pretendem adquirir uma moradia. O benefício dessa modalidade são as taxas de juros menores, que vão de 5% a 7,16%, e dar uma entrada a partir de 10%. Para conseguir o empréstimo,o futuro mutuário deve ter renda entre R$ 1.600 a R$ 5 mil e adquirir imóvel com o teto máximo de R$ 190 mil.