As vendas de imóveis novos na cidade de São Paulo registraram queda de 10,6% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 1.606 unidades, segundo pesquisa do departamento de economia e estatística do Secovi-SP (Sindicato da Habitação). Em relação a julho, houve alta de 54,1%.
O Valor Global de Vendas (VGV) no mês atingiu R$ 768 milhões, volume 27,3% inferior ao mês de agosto de 2014, quando somou R$ 1,1 bilhão. Contra o mês de julho, houve elevação de 41,6%, referente à comercialização de R$ 542,3 milhões naquele mês. Ambos os valores atualizados pelo INCC-DI de agosto de 2015.
Com os dados apurados, o indicador Vendas sobre Oferta (VSO) de agosto ficou em 5,6%, índice que representa desempenho próximo à média do ano (janeiro a agosto) de 5,3%. O VSO de 12 meses continua registrando relativa estabilidade, passando de 42,2% em janeiro, para 42,9% em agosto. "Esse resultado é bom, considerando-se que, na média, 40% de todos empreendimentos lançados nos últimos 12 meses foram vendidos", avaliou o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci.
A cidade de São Paulo encerrou o mês de agosto com uma oferta de 26.949 unidades disponíveis para venda, não registrando nenhuma variação significativa, de acordo com o Secovi-SP. Esta oferta é composta por imóveis na planta, em construção e prontos, lançados nos últimos 36 meses, de setembro de 2012 a agosto de 2015.
De acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), em agosto foram lançadas 1.760 unidades residenciais na capital paulista, desconsiderando as cooperativas habitacionais. Comparando com os resultados de julho, houve um aumento de 113,3%, já que neste mês foram lançadas apenas 825 unidades. No entanto, em relação às 2.405 unidades de agosto de 2014 a variação foi de queda de 26,8%.
No acumulado do ano, foram lançadas 12.238 unidades e comercializadas 12.306 unidades. Apesar do equilíbrio, o Secovi-SP afirmou que os números permanecem abaixo da capacidade de produção e absorção da cidade de São Paulo, pois a redução nos lançamentos foi de 20% em relação a 2014, e as vendas continuam em ritmo menor, gerando uma demanda reprimida.
"A redução dos lançamentos era esperada, por dois motivos: o novo Plano Diretor Estratégico da cidade de São Paulo, com seus parâmetros muito restritivos à produção, e o significativo estoque atual gerado pela crise política e econômica. O mercado imobiliário é cíclico. A partir do momento em que as vendas voltarem a crescer, essa oferta será absorvida e poderá gerar problemas futuros de oferta, caso não se resolvam os empecilhos do Plano Diretor", opinou o vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Sindicato, Emilio Kallas.
Entre os fatores que podem ajudar o mercado imobiliário, a entidade citou a implantação temporária de um fator de redução no cálculo dos valores de outorga onerosa e também o pagamento parcelado desses valores; readequação dos valores limites do programa Minha Casa, Minha Vida na cidade de São Paulo e região metropolitana; e a implantação das operações urbanas planejadas.
Região Metropolitana
Com exceção da capital, as demais cidades da Região Metropolitana registraram a comercialização de 864 unidades em agosto, queda de 7,9% em relação ao mês de julho, quando foram vendidos 938 imóveis. Em comparação com agosto de 2014, mês em que foram comercializadas 1.010 unidades residenciais, o recuo foi de 14,5%.
No mês de agosto, segundo a Embraesp, as demais cidades da região registraram o lançamento de 527 unidades, com queda de 51,4% em relação a julho, quando se somou 1.085 unidades, e de 62,0% em relação a agosto de 2014, mês que contou com 1.387 novas unidades.
O indicador VSO desses municípios, considerando as vendas de 12 meses, fechou em 49,1% em agosto. O desempenho de vendas manteve-se melhor do que o verificado na cidade de São Paulo, de 42,9%.